
Poderia se dizer que ela está “vestida para matar”, mas na verdade é para beber mesmo. Batom reforçado, preto básico, puxou a cadeira, sentou-se e encheu o copo de cerveja. À mesa, petiscos. Na TV, combate do UFC. Poderia estar em um bar qualquer no Rio Vermelho ou na Pituba, mas, respeitando a quarentena, a gerente de marketing Micaela Estanislau, 42 anos, se acomodou na sala de sua própria residência.
“Tiraram o bar da gente, mas não tiraram o bar de dentro da gente. Essa atmosfera é para tentar viver um pouco da vida normal que a gente tinha. Eu sou apaixonada por cerveja, vinho, bar e UFC. Então tento reproduzir isso”, afirma Micaela, que é baiana e mora em São Paulo.
Há os que, no isolamento, estão bebendo muito mais. Outros relatam estar bebendo apenas com mais frequência. Enquanto os pedidos de bebidas on line crescem sem parar (uma pesquisa aponta um crescimento de 93%), a indústria do ramo diz que retraiu 71% - já que 61% do consumo dessas bebidas acontecia em bares. (ver pesquisa abaixo)
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Micaela: atmosfera de boteco em casa (Foto: Divulgação) |
O fato é que, além de ninguém ter parado de beber por causa do isolamento, quem gosta mesmo de uma mesa ou balcão de bar tem dado um jeito de transformar a casa em boteco. O comportamento na hora de “comer água” está se adaptando à quarentena. Mais presente em casa, as pessoas têm “tomado uma” (ou duas, três, quatro...) com mais frequência.
“Não sei os outros, mas eu, de fato, aumentei meu consumo de bebidas. E também aumentei a frequência. A gente que é baiano sempre dá um jeito de ficar feliz, né?”, diz Micaela. “Durante a quarentena tá passando UFC quarta-feira também. Você acha que vou assistir sem tomar uma. Final de semana aqui é todo dia”, disse Micaela (@micaelaestanislau), que não só bebe como entende muito de cerveja, além de ser cursada em vinhos pelo Gilgamesh de Londres, Inglaterra.